
Por Flávia Barbosa
Bom dia, boa tarde e boa noite, Verônica! Vem aí a terceira temporada dessa série que se tornou sucesso internacional e bateu todos os índices de audiência.
Se por acaso você está se perguntando: “quem é essa tal de Verônica?” – e nem viu a primeira temporada – precisamos conversar seriamente! “Bom dia, Verônica” é uma série da Netflix que surpreende logo no primeiro episódio. Baseada no livro homônimo de Andrea Killmore (que na verdade é o pseudônimo usado pelo escritor e roteirista Raphael Montes e a criminologista Ilana Casoy), é um thriller que conta a história da personagem título, uma escrivã que acaba investigando casos que envolvem mulheres como vítimas.
Tainá Müller vive Verônica neste seriado que pode ser difícil de assistir, falando abertamente sobre feminicídio e abuso psicológico e sexual, com mulheres de todas as idades. O autor disse que fica muito feliz de ver como a série atinge várias pessoas, que é uma produção para nós como sociedade, porque o problema das mulheres, o problema do machismo, é de todos nós.
A realidade de Verônica muda quando presencia o suicídio de uma mulher que vai até a delegacia fazer uma denúncia e é ridicularizada por policiais. Após aparecer na TV oferecendo ajuda às mulheres que estão sofrendo violência, Verônica recebe uma ligação anônima de uma personagem com muito medo pedindo ajuda.
Com o andar da história e suas investigações podemos ver que os casos são bem mais complexos, envolvendo pessoas poderosas em um mar de corrupção e crime organizado – tanto dentro da polícia civil quanto da militar. Uma relação paradoxal onde o pacto silencioso de não agressão entre as duas instituições está explicito, apesar de torcerem o nariz uma para a outra. Dificilmente um policial militar irá investigar um policial civil e vice e versa. Isso fica muito perceptível quando Verônica é simplesmente barrada em suas investigações.

Quando Verônica começa a ajudar Janete (a da ligação anônima), segue pistas de crimes inimagináveis. Janete (Camila Morgado) é uma dona de casa que obedece cegamente seu marido, Brandão (Eduardo Moscovis), que é um policial militar acima do bem e do mal.
Apesar de Verônica ser a protagonista, Janete e o policial Brandão roubam a cena, apresentando momentos de muitos mistérios.
Os abusos sofridos por Janete são baseados em casos reais de abuso doméstico pesquisados pelos autores. Então, fique ligado na “cena do molho”. Algumas falas de Brandão foram tiradas, palavra por palavra, de uma história real.

Verônica tem sua vida e de sua família ameaçadas, e ela toma medidas drásticas. O que nos transporta para a segunda temporada. Dessa vez, ela investiga um guru religioso vivido por Reynaldo Gianecchini.

O líder religioso tem uma relação estranhíssima com sua família, a filha Ângela (Klara Castanho) e esposa (Camila Márdila). Após muita investigação, Verônica descobre que o guru é chefe de uma máfia de tráfico humano, além de estuprador e abusador. Na história, Matias (Reynaldo Gianecchini), atrai mulheres vulneráveis em busca de alguma cura, para que ele pudesse abusar de todas sexualmente.
A história de Matias lembra você de alguma coisa? Se você pensou em João de Deus, acertou. Este, preso e acusado de abusar de mais de 400 mulheres.
Não vou dar spoilers, apenas dizer que Verônica não se dará por vencida até fazer justiça, e a cada episódio ela terá de enfrentar segredos do próprio passado.
Na terceira temporada, teremos um novo vilão já mencionado antes, deixando no ar o que ele representará nesse complicado esquema de crime e poder. Ou seja, querido leitor, aproveite o recesso de final de ano e maratone as duas primeiras temporadas, pois Verônica vem aí, mais destemida do que nunca. E, por último, mas não menos importante: se estiver passando por situação de violência ou conhece alguém que esteja, ligue 180 e denuncie.